sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Menina paquistanesa com síndrome de Down que queimou o Alcorão em liberdade condicional

O advogado de defesa teve de sair com escolta policial 

Foi libertada sob fiança, esta sexta-feira, a menina paquistanesa que foi presa por, supostamente, ter queimado folhas do Corão. A menina, com cerca de 14 anos e síndrome de Down, tinha sido presa há três semanas, mas um tribunal de Islamabad deixou-a sair da prisão em liberdade condicional. 

Rimsha Masih é cristã e foi presa depois de um imã, Khalid Chishti, garantir que tinha cometido blasfémia ao queimar páginas do livro sagrado dos muçulmanos. No Paquistão, este crime é passível de ser punido com prisão perpétua.
A menina esteve presa cerca de três semanas, mas, na segunda-feira passada, o tribunal teve uma audiência para analisar o pedido de liberdade condicional para a criança.
Agora, Rimsha Masih saiu em liberdade e, segundo um assessor do Ministério para a Harmonia Nacional, Robinson Asghar, a menina vai juntar-se à sua família num lugar desconhecido para a manter em segurança.
O caso gerou revolta no país e no mundo. Membros da comunidade muçulmana chegaram mesmo a pedir uma sentença para a menina.
Paul Bhatti, ministro paquistanês da Harmonia Nacional, disse à agência Reuters que a "justiça prevaleceu", mas adiantou que não há planos de enviar a criança para fora do país.
O caso teve uma reviravolta depois de o imã que a acusou do crime de blasfémia ser detido no passado dia 2 de setembro. Uma testemunha garantiu ao tribunal que Khalid Chishti falsificou as provas que incriminam Rimsha Masih.
No entanto, no subúrbio de Islamabad de onde Rimsha Masih é proveniente, algumas pessoas não aceitam a liberdade da criança. "Isto está errado. Ela queimou o Corão", afirma Ijaz Sarwar . Para Saddam Hussein, de 18 anos, "se ela foi libertada, o imã também deveria ser solto".

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