Roubava para pagar dividas ao Fisco
"Viúva negra" assaltante de bancos é uma mãe desempregada e na ruína
Vestida de preto, óculos escuros e
capuz ou lenço negro na cabeça assaltou 12 agências bancárias no último
ano e meio, sendo a mais ativa assaltante de bancos alguma vez
descoberta em Portugal. Após primeiro interrogatório judicial, a mulher,
de 44 anos, ficou em prisão preventiva.
A Polícia Judiciária andava no seu
encalço e apelidava-a de "viúva negra". Foi um quebra-cabeças para as
autoridades que, ao longo das investigações, nunca conseguiram apurar a
sua identidade, desvendada, anteontem, após uma tentativa de assalto
gorada, em Lisboa.
Esta sexta-feira, a mulher foi ouvida no
Tribunal de Instrução Criminal, no Campus da Justiça, em Lisboa, e ficou
a aguardar julgamento em prisão preventiva.
A mulher foi dominada
pelo gerente da dependência do Banif em Entrecampos, um ex-militar de
forças especiais que a entregou à PSP. Não é, afinal, uma perigosa e
sofisticada criminosa, tal como julgavam as autoridades. Trata-se de uma
simples mãe de família, desempregada, a viver um sério drama financeiro
e que, desesperada, se virou para o crime.
Ao que o JN apurou, a
suspeita começou a assaltar bancos - o primeiro em abril de 2011, na
Parede - quando ficou desempregada, após falência da empresa onde
trabalhava. Não conseguia arranjar trabalho, nem recebia qualquer
subsídio por ter dívidas ao Fisco.
Filho de sete anos
Divorciada
e com um filho de sete anos a seu cargo, atacou nova agência quatro
meses depois, usando sempre uma pequena pistola de plástico. Assaltava
sempre à hora de almoço e na linha de Cascais (Oeiras, Parede,
Carnaxide, Paço de Arcos). O último assalto tinha ocorrido precisamente
em Oeiras, na terça-feira.
Empunhando o brinquedo abordava os
funcionários dos bancos, ameaçava-os e fugia com o dinheiro, cujos
montantes nunca superaram os 300 euros.
O filho da assaltante
está agora ao cuidado do do pai, que terá ficado surpreendido com a
atitude da ex-mulher. A mulher é hoje presente a um juiz de instrução
que fixará as medidas de coação.
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