Portugal deverá registar este ano um excedente comercial de 0,4% do
PIB, segundo dados do Banco de Portugal. O último foi em 1943.
Há quase 70 anos que Portugal não vendia mais ao exterior do que
comprava. O último excedente da balança comercial portuguesa registou-se
em 1943, durante a II Guerra Mundial. Este ano deverá voltar a
acontecer o mesmo.
Os dados são do Banco de Portugal. O saldo entre compras e vendas de
bens e serviços ao exterior deverá passar de -3,2% do Produto Interno
Bruto (PIB), em 2011, para um excedente de 0,4% este ano, melhorando
depois em 2013 para 2,5%, algo nunca registado nos últimos 69 anos.
Em 1943, tal como nos dois anos anteriores, Portugal teve um
excedente da balança comercial impulsionado, nomeadamente, pelas
exportações de minerais (sobretudo volfrâmio) e de bens alimentares a
vários países do Eixo, como Alemanha, Itália e Espanha.
O Banco de Portugal também reviu hoje ligeiramente em alta a previsão
para o PIB este ano, apontando agora para uma recessão de 3% no Boletim
Económico de Verão.
Na origem da revisão está a perspectiva, aos olhos do supervisor, de
que as exportações e o consumo privado vão, afinal, ter um comportamento
melhor que o previsto. As vendas ao exterior deverão crescer 3,5% -
face aos anteriores 2,7% - e o consumo privado diminuir 5,6% - face à
queda de 7,3% projectada anteriormente.
Também hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que as
exportações portuguesas cresceram 6,5% no trimestre terminado em Maio,
face a igual período do ano passado, impulsionadas pelas trocas
comerciais com países sem euro.
As saídas de bens para países extracomunitários dispararam 23,6%
neste período, para 3,3 mil milhões de euros, compensando a quebra de
0,9%, para 11,6 mil milhões de euros, registada nas exportações para
países da zona euro, de acordo com o mesmo relatório.
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